Peixe do fim do mundo reaparece dois dias antes de grande terremoto

No dia 10 de julho, mergulhadores encontraram um peixe-remo morto na praia de La Jolla Cove, na Califórnia, Estados Unidos. A descoberta ocorreu dois dias antes de um terremoto de magnitude 4,6 atingir a região de Los Angeles, o que reacendeu a crença popular que liga o aparecimento desse peixe a eventos sísmicos.

O peixe-remo é considerado o maior peixe ósseo do mundo, podendo ultrapassar 10 metros de comprimento. Sua aparência distinta, com um corpo alongado e prateado, sem escamas, e uma crista vermelha na cabeça, contribui para a associação com mitos e lendas.

No folclore japonês, a presença do peixe-remo na superfície é vista como um prenúncio de desastres naturais, como terremotos, tsunamis e ciclones.

Essa crença se fortaleceu após o terremoto e tsunami de Tohoku em 2011, quando vários peixes-remo foram encontrados nas praias do Japão nos meses anteriores ao desastre.

Entretanto, a comunidade científica não encontrou evidências que sustentem essa associação. Estudos não mostram correlação entre o aparecimento de peixes-remo e a ocorrência de terremotos.

Demais estudos sobre o peixe-remo

Um estudo de 2019, publicado no Bulletin of the Seismological Society of America, analisou avistamentos de peixes-remo e terremotos no Japão entre 1928 e 2011 e concluiu que não há relação entre os dois fenômenos.

Especialistas explicam que os peixes-remo habitam águas profundas, entre 200 e 1.000 metros abaixo da superfície, e sua presença em águas rasas pode ser atribuída a correntes marítimas, doenças, ferimentos ou busca por alimento.

De acordo com o Scripps Institution of Oceanography, apenas 20 peixes-remo foram registrados na Califórnia desde 1901. Ainda segundo a instituição, o peixe-remo encontrado em julho não está relacionado com o terremoto na Califórnia.

Assim, a aparição do peixe-remo e o terremoto na região são considerados eventos coincidentes, sem qualquer ligação comprovada.

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