Fãs de chocolate estão decepcionados com decisão das empresas

Em agosto de 2024, o preço da amêndoa de cacau registrou um aumento impressionante de 110% na bolsa de valores de Nova York, em comparação com o mesmo mês de 2023. O principal fator desse crescimento alarmante é a ocorrência de problemas climáticos nas lavouras dos maiores produtores do fruto no mundo, especialmente na África. O continente africano é responsável por 70% do fornecimento mundial de cacau, sendo a Costa do Marfim a líder, com 45% da produção global.

A alta expressiva nos preços tem levado os produtores de chocolates industrial e artesanal a adotarem estratégias para mitigar o impacto e evitar repassar o custo adicional aos consumidores finais. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em junho de 2024, o preço do doce aumentou cerca de 4% em comparação a junho de 2023. Mas, por que o aumento não foi ainda maior?

Por que o preço do chocolate não aumentou tanto quanto o cacau?

Segundo especialistas, o preço do chocolate não disparou tanto quanto o do cacau por diversos motivos. A primeira razão está nas estratégias adotadas pelos fabricantes, que incluem diminuir o lucro por produto, reduzir o tamanho dos doces e investir em produtos que utilizam menos cacau. Além disso, as indústrias puderam contar com estoques de matérias-primas adquiridas anteriormente a preços mais baixos.

Os fabricantes de chocolate têm utilizado várias táticas para manter os preços sob controle e não sobrecarregar os consumidores. Algumas das estratégias incluem:

  • Redução do lucro por produto: Muitos fabricantes preferem diminuir suas margens de lucro para manter os preços estáveis.
  • Diminuir o tamanho dos produtos: As barras de chocolate e outros produtos têm sido reduzidos em tamanho, mas mantidos no mesmo preço.
  • Investimento em produtos alternativos: Biscoitos, frutas cobertas de chocolate e outras delícias que utilizam menos cacau estão sendo priorizados.
  • Uso de estoques antigos: As empresas têm recorrido a estoques adquiridos a preços anteriores, evitando a compra imediata do cacau mais caro.

O setor do cacau enfrenta um déficit de produção global. A produção está em queda pelo terceiro ano consecutivo. Especificamente, a Costa do Marfim, maior produtora mundial, viu sua colheita cair de 2,12 milhões de toneladas na safra 2022/2023 para 1,8 milhões em 2023/2024, devido ao impacto do El Niño. Árvores antigas e doenças também agravam a situação.

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