WhatsApp tem proibição polêmica pela Justiça envolvendo Instagram e Facebook

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou, nesta quarta-feira (14), que o WhatsApp deve cessar o compartilhamento de dados pessoais dos usuários com o Facebook e o Instagram para fins publicitários. As três plataformas são controladas pela Meta.

A decisão, que segue uma liminar concedida, atende a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), protocolada em julho de 2024.

De acordo com o MPF e o Idec, em 2021, o WhatsApp teria violado direitos ao impor novas regras que possibilitam o “coleta e compartilhamento abusivo de dados pessoais com outras plataformas do grupo”.

A acusação destaca que a nova política de privacidade apresentava informações “esparsas e genéricas”, permitindo a coleta de dados não criptografados para serem repassados ao Facebook e ao Instagram.

Decisão judicial

A decisão judicial exige que o WhatsApp implemente, no prazo de 90 dias, um mecanismo que permita aos usuários optarem por não aderir à política de privacidade de 2021. Em caso de descumprimento, a Meta enfrentará uma multa diária de R$ 200 mil.

Na ação civil, MPF e Idec também solicitaram que, ao término do processo, a Meta seja condenada a pagar R$ 1,7 bilhão por danos morais coletivos. Esse valor é baseado em multas anteriormente impostas à Meta por decisões semelhantes na União Europeia, conforme explicou o MPF.

Além disso, MPF e Idec alegam que o WhatsApp teria violado a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), encarregada de fiscalizar a LGPD, também está incluída na ação devido a “falhas graves na supervisão da conduta do WhatsApp”.

Posicionamento da Meta

A Meta declarou que “a atualização da Política de Privacidade em 2021 não expandiu a capacidade do WhatsApp de compartilhar dados com a Meta e não impactou a maneira como milhões de pessoas se comunicam de forma privada com amigos e familiares”

A empresa acrescenta que “o WhatsApp engajou com as autoridades competentes sobre esse assunto nos últimos três anos. A empresa discorda da decisão e adotará medidas legais cabíveis para evitar qualquer impacto aos usuários e empresas que confiam no aplicativo diariamente”.

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