Suzane von Richthofen ainda não é formada em direito, nem tem OAB

Suzane von Richthofen, condenada a 40 anos de prisão pelo assassinato dos pais em 2002, participou de um concurso público para o cargo de escrevente no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Com 41 anos e apenas o ensino médio completo, Suzane se candidatou para o cargo, que oferece um salário de R$ 6.043 mensais.

Detalhes do cargo e concurso

Segundo o edital 01/2024 do TJSP, as funções de escrevente judiciário incluem atividades administrativas, como organização de serviços técnicos no fórum, acompanhamento de processos, atendimento ao público, elaboração de documentos, controle de materiais de expediente, e atualização de conhecimentos sobre legislação e normas internas.

No momento da inscrição, Suzane optou por ser lotada em Bragança Paulista, caso aprovada, o que lhe permitiria consultar e movimentar seu próprio processo de execução penal.

O concurso teve 1.335 inscritos, mas apenas 32 candidatos avançarão para a segunda fase, que consiste em uma prova prática. A concorrência é de aproximadamente 41,72 candidatos por vaga.

No ano passado, Suzane também tentou ingressar no serviço público, ao se inscrever para o cargo de telefonista na Câmara Municipal de Avaré, mas não compareceu à prova devido à repercussão do caso.

Desta vez, Suzane se deslocou de carro de sua casa em Bragança Paulista até Campinas, onde a prova foi realizada, percorrendo cerca de 64 quilômetros. Ela utilizou óculos escuros e conseguiu passar despercebida, uma vez que os celulares dos candidatos foram confiscados na entrada do local da prova.

Possibilidade de posse

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que, mesmo que Suzane seja aprovada em todas as fases do concurso, ela não poderá tomar posse.

No ato da admissão, é exigido o atestado de antecedentes criminais, necessário para comprovar que o candidato não possui condenações que impeçam sua nomeação no serviço público.

Certidões negativas são requeridas para verificar a ausência de condenações por crimes contra o patrimônio, administração pública, fé pública, costumes, ou outros previstos pela legislação.

A condenação de Suzane por duplo homicídio impede a obtenção dessa documentação até 2041, quando expira sua pena. Contudo, ela poderá recorrer judicialmente para tentar garantir sua admissão, caso seja aprovada no concurso.

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