Produtos da Johnson&Johnson vão deixar de ser vendidos no Brasil após falência?

A Johnson & Johnson está enfrentando seu terceiro pedido de falência indireta, desta vez envolvendo a subsidiária Red River Talc LLC, que entrou com pedido voluntário de falência sob o Chapter 11.

A medida ocorre em meio a questões financeiras da empresa e levanta dúvidas sobre o futuro de seus produtos, que são conhecidos há décadas no Brasil.

Entretanto, não há indícios de que os shampoos infantis e outros itens da marca Johnson’s, populares no país, deixarão de ser comercializados. Desde agosto de 2023, essas marcas não têm mais vínculo com a Johnson & Johnson dos Estados Unidos.

A operação agora pertence à Kenvue, uma empresa independente que também é proprietária de marcas como Listerine, Band-Aid, Neutrogena e Tylenol. A Kenvue é listada na Bolsa de Nova York (NYSE).

Litígios envolvendo talco para bebês

A Johnson & Johnson divulgou uma nota informando que o pedido de falência da subsidiária tem como objetivo resolver de forma definitiva todas as reivindicações relacionadas ao câncer de ovário, decorrentes de litígios sobre o uso de talco cosmético.

A empresa busca encerrar os processos, que envolvem alegações de que o produto causaria câncer devido à presença de amianto em sua composição.

De acordo com a companhia, o plano de falência foi aprovado pela maioria dos reclamantes e pode ser um caminho para encerrar o impasse judicial.

Nas ocasiões anteriores em que a empresa buscou solucionar a questão por meio de acordos de recuperação judicial, a comercialização dos produtos continuou normalmente.

Fim do talco tradicional

O único produto diretamente impactado pela controvérsia foi o talco, que deixou de ser vendido na formulação original nos Estados Unidos e no Canadá em 2020. A empresa alegou que a decisão se deu por uma “queda de demanda devido à desinformação sobre a segurança do produto”.

No entanto, a Johnson & Johnson nunca admitiu que o talco apresentasse riscos à saúde. As alegações dos reclamantes afirmam que o produto continha amianto, um mineral associado ao desenvolvimento de câncer.

Em 2023, o talco de bebê tradicional foi retirado do mercado globalmente, sendo substituído por uma fórmula feita à base de amido de milho.

Apesar dos desafios enfrentados pela empresa no exterior, a operação das marcas que marcaram gerações no Brasil, agora sob controle da Kenvue, segue sem alterações.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.