Produto muito querido feito pelos brasileiros domina a China
O café, tradicionalmente associado ao Brasil como um de seus principais produtos de exportação, está agora conquistando um novo território: a China.
Conhecido mundialmente como o maior produtor de café, o Brasil se beneficia do crescimento exponencial do consumo dessa bebida em um mercado que, até pouco tempo, era dominado pelo chá.
Com uma demanda crescente, impulsionada principalmente pela juventude chinesa, o café brasileiro se torna o grande protagonista dessa transformação cultural no país asiático.
Crescimento do consumo desse produto na China
O crescimento do consumo de café na China é um fenômeno recente, mas já mostra números expressivos. Segundo dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), apenas em julho de 2024, o país asiático importou mais de 51 mil sacas de café brasileiro.
No acumulado de janeiro a julho, esse número ultrapassou as 594 mil sacas. O aumento do consumo reflete uma mudança cultural significativa na China, onde o número de consumidores de café passou de 190 milhões em 2013 para mais de 330 milhões em 2024.
Essa mudança é particularmente evidente entre os jovens que trabalham em escritórios, especialmente mulheres, que veem no café um símbolo de globalização e modernidade. A proliferação de cafeterias, que já somam cerca de 50 mil em todo o país, é um dos fatores que impulsionam essa tendência.
Esses estabelecimentos não são apenas locais de consumo, mas também centros de convivência que promovem a cultura do café entre os chineses, fortalecendo a demanda pelo grão brasileiro.
Desafios no mercado de café
Apesar do crescimento expressivo das exportações, o setor cafeeiro brasileiro enfrenta desafios que podem impactar a capacidade de atender à crescente demanda chinesa.
Questões climáticas, como as chuvas intensas que atingiram as regiões produtoras de café no Espírito Santo e no sul da Bahia em 2024, e problemas logísticos, como as limitações do Porto de Santos, são algumas das preocupações dos produtores.
Em julho de 2024, 60% dos navios destinados à exportação de café enfrentaram atrasos nos principais portos brasileiros, o que gerou apreensão no setor.
Entretanto, mesmo diante desses desafios, o Brasil continua a se destacar como líder mundial na produção de café. A expectativa é que as exportações para a China alcancem 2,5 milhões de sacas até o final de 2024, representando um crescimento de 65% em relação ao ano anterior.
O valor total das exportações pode chegar a US$ 525 milhões, impulsionado por acordos significativos, como o firmado com a Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China.
Futuro Promissor para o Café Brasileiro
O fortalecimento dos laços comerciais entre Brasil e China representa uma oportunidade única para o café brasileiro. Com a China liderando o crescimento do consumo global, o Brasil se posiciona estrategicamente para atender a essa demanda crescente.
A aposta em blends, que continuam a dominar o consumo mundial, é uma das estratégias que mantém o país no topo do mercado global.
Orlando Editore, head de café na consultoria Datagro, afirma que o crescimento do mercado chinês será um dos principais impulsionadores da produção brasileira nos próximos anos.
O futuro do café brasileiro, portanto, parece promissor, não só pela conquista de novos mercados, mas também pelo fortalecimento da sua posição nos tradicionais. A China, com seu apetite crescente por café, é vista como a chave para a expansão contínua do Brasil no cenário global.
