PF descobre uso de dispositivos para reativação em massa de benefícios ilícitos do INSS

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (18/9), uma operação para combater a reativação fraudulenta de benefícios previdenciários na cidade de São Paulo. A investigação, denominada Operação Relâmpago, revelou um esquema criminoso que envolvia a instalação de dispositivos eletrônicos clandestinos nas redes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Esses dispositivos permitiam o acesso irregular aos sistemas da autarquia e possibilitavam a reativação massiva de benefícios ilícitos, causando grandes prejuízos aos cofres públicos. A operação contou com três mandados de busca e apreensão na capital paulista.

Como funcionava o esquema fraudulento?

A operação contou com a cooperação do Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério do Trabalho e Previdência, além do apoio do INSS. De acordo com a PF, a investigação é um desdobramento de prisões em flagrante de pessoas que forneciam seus dados bancários para receber os benefícios de maneira indevida.

Os valores obtidos de maneira fraudulenta eram repassados posteriormente a intermediários envolvidos no esquema criminoso. A investigação atual identificou essas pessoas e estipula que elas responderão pelos crimes de estelionato previdenciário e associação criminosa.

Quem são os responsáveis?

A PF identificou os intermediários que atuavam no esquema fraudulentos. Essas pessoas obtinham detalhes pessoais e bancários de beneficiários para reativar benefícios ilegalmente. O modo como os dispositivos eletrônicos eram instalados e operados ainda está sob investigação detalhada.

O mecanismo utilizado causou alarme não apenas pela sua eficiência, mas também pela audácia dos criminosos, que conseguiram burlar os sistemas de segurança do INSS. A PF continua a investigar possíveis falhas na segurança digital da autarquia.

Farra do INSS

Além da Operação Relâmpago, um outro esquema de fraudes foi revelado pelo portal Metrópoles envolvendo descontos indevidos em aposentadorias. Associações sem fins lucrativos aplicaram esses descontos, lucrando mais de R$ 2 bilhões desde janeiro de 2023.

Esses descontos eram realizados sob a justificativa de “mensalidade associativa”, que segundo as regras do INSS, só poderiam ser cobradas mediante a assinatura do segurado. No entanto, essa cláusula foi ignorada, levando a uma série de fraudes e prejuízos aos aposentados.

Investigação em andamento

De acordo com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), existem atualmente 29 associações autorizadas pelo INSS a realizar esses descontos. O caso também aponta para o envolvimento de lobistas, que obtiveram lucros milionários através dessa prática ilegal.

Em resposta às investigações, o INSS afirmou estar tomando medidas para corrigir essas falhas e evitar que novas fraudes ocorram. A autarquia está aprimorando seus sistemas de segurança e colaborando com as investigações da Polícia Federal.

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