Mais de 30 bancos são denunciados pelo Mercado Livre por práticas de cartel
O Mercado Livre apresentou uma denúncia contra 36 bancos argentinos por supostas práticas de cartel e coordenação anticompetitiva. A empresa alega que a criação da carteira digital Modo visa suprimir a concorrência de fintechs, como sua própria plataforma de pagamentos, o Mercado Pago.
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Denúncia formal na CNDC
A denúncia foi apresentada à Comissão Nacional de Defesa da Concorrência (CNDC) da Argentina. O Mercado Livre argumenta que a Modo foi criada pelos bancos para restabelecer práticas anticompetitivas, como as observadas em casos anteriores, incluindo o da plataforma PRISMA, que também passou por investigações de antitruste.
De acordo com o Mercado Livre, o objetivo principal dos bancos com o lançamento da Modo é evitar a concorrência entre si, criando um cartel que limita a inovação e as opções para os consumidores.
A empresa também aponta que a Modo não solicitou autorização da CNDC para operar como uma entidade conjunta, o que violaria as leis de concorrência da Argentina.
Resposta dos bancos
Os bancos, por sua vez, justificam a criação da Modo como uma estratégia legítima de competição no mercado financeiro digital.
Eles acusam o Mercado Livre de tentar monopolizar o setor, impedindo a entrada de novas soluções de pagamento que poderiam beneficiar os consumidores.
Segundo os bancos, a Modo busca integrar os sistemas de pagamento por QR code, proporcionando uma experiência mais fluida aos usuários.
A Associação de Bancos da Argentina (ABA) defende que o Mercado Livre tenta restringir a concorrência ao contestar a operação da Modo, que, segundo os bancos, aumenta a competitividade e oferece melhores condições de pagamento no mercado.
Impactos no setor financeiro
O conflito entre o Mercado Livre e os bancos representa não apenas uma disputa legal, mas também um desafio sobre o futuro das finanças digitais na Argentina.
O crescimento das fintechs vem transformando o modelo tradicional de serviços bancários, e a criação de soluções como a Modo é vista como uma tentativa dos bancos de manter sua relevância.
Para o Mercado Livre, a Modo representa uma ameaça significativa, especialmente para o Mercado Pago, que é uma parte importante de seu ecossistema na Argentina e no Uruguai.
A denúncia pode ser interpretada como uma estratégia para proteger seu espaço de mercado e garantir a continuidade da inovação pelas fintechs.
Repercussões e desdobramentos
Se a CNDC considerar a denúncia procedente, os bancos podem enfrentar multas e até a desarticulação da Modo. Caso contrário, uma decisão favorável aos bancos pode permitir maior cooperação entre instituições financeiras, mas pode também reduzir a concorrência no mercado.
O resultado do caso pode impactar a regulamentação de fintechs em outros países da América Latina, onde o Mercado Livre e outras empresas de tecnologia possuem presença significativa, gerando implicações regulatórias e econômicas que serão monitoradas de perto por investidores e analistas do setor.