Fim do mistério? ‘Monstro do pântano’ é encontrado após 280 milhões de anos

Cientistas descobriram a verdade do “monstro do pântano”. Trata-se de uma nova espécie de predador pré-histórico, o Gaiasia jennyae, que habitava os pântanos do supercontinente Gondwana há 280 milhões de anos.

A pesquisa, publicada recentemente na revista Nature, destaca que esse tetrápode possuía características impressionantes e um tamanho consideravelmente maior que o de uma pessoa. Esta descoberta, feita na Namíbia, África, traz novos insights sobre a evolução dos primeiros vertebrados de quatro patas e a vida na Terra muito antes do surgimento dos dinossauros.

Cientistas descobrem a verdade sobre o monstro do pântano
Fim do mistério? 'Monstro do pântano' é encontrado após 280 milhões de anos 2

O Predador Monstruoso do Gondwana

O Gaiasia jennyae surpreendeu os cientistas com seu aspecto intimidador. Com uma cabeça que mediu cerca de 60 centímetros de comprimento, o predador possuía um crânio plano e mandíbulas amplas com dentes gigantes.

Esses atributos físicos sugerem que ele era capaz de capturar qualquer presa ao seu alcance, apesar de suas emboscadas serem relativamente lentas, conforme explica Jason Pardo, pesquisador do Museu Field de História Natural dos EUA.

O nome do fóssil é uma homenagem à Formação Gai-as, local onde foi encontrado, e à paleontóloga Jenny Clack, especialista na evolução dos primeiros tetrápodes. Esses vertebrados evoluíram de peixes com nadadeiras lobadas, dando origem a anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos atuais.

Claudia Marsicano, da Universidade de Buenos Aires, lembra do choque inicial ao descobrir o espécime. Logo nas primeiras análises, ela identificou que as presas do Gaiasia jennyae eram grandes e entrelaçadas de forma incomum, criando uma mordida única.

A equipe conseguiu desenterrar vários espécimes, incluindo um com crânio e espinha bem preservados, permitindo comparações detalhadas com outros animais da época.

Importância da descoberta do monstro do pântano

A localização da descoberta do Gaiasia jennyae na Namíbia é significativa, pois amplia o conhecimento sobre a evolução dos animais terrestres, tradicionalmente baseada em fósseis encontrados em antigos pântanos equatoriais da Europa e América do Norte.

Na configuração do supercontinente Gondwana, a Namíbia estava mais próxima do Polo Sul, em uma região de pântanos e geleiras, enquanto o Equador se tornava mais seco e coberto por florestas.

Durante esse período, os tetrápodes-tronco, primeiros vertebrados de quatro patas, se ramificavam em linhagens que dariam origem a mamíferos, répteis e anfíbios. No entanto, em áreas como a Namíbia, formas de vida mais antigas como o Gaiasia jennyae persistiram. Relacionado a organismos extintos há 40 milhões de anos, ele era um predador primário, sobrevivendo e competindo com espécies mais recentes.

Claudia Marsicano destaca que a sobrevivência de animais primitivos é rara, geralmente ligada a espécimes pequenos de baixo impacto no ecossistema. O Gaiasia jennyae, porém, era abundante e desempenhava um papel crucial no seu habitat.

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