Exploração do fundo do mar: por que só 20% do oceano foi revelado até agora?

A frase “sabemos mais do espaço do que do oceano” frequentemente é usada para destacar a dificuldade de explorar o fundo do mar. Apesar de o oceano cobrir cerca de 70% do planeta, apenas 25% de sua extensão é conhecida. Isso levanta a questão: por que é tão difícil mapear a totalidade dos oceanos?

A imensidão dos oceanos é um dos principais desafios. Com o Pacífico cobrindo 45% da superfície terrestre, as profundezas dos mares atingem níveis praticamente inacessíveis ao ser humano, o que torna o mapeamento completo uma tarefa complexa.

A profundidade média dos oceanos ultrapassa 3,6 quilômetros. Em comparação, a 100 metros de profundidade, os seres humanos já podem enfrentar riscos como a síndrome de descompressão, que pode ser fatal.

Existem registros de pessoas que foram muito além desse limite, como o cineasta James Cameron, que explorou profundezas consideráveis.

O ponto mais profundo conhecido, a Fossa das Marianas, chega a mais de 10,9 quilômetros, superando a altura do Monte Everest. Dentro desta fossa, o local mais profundo é o Challenger Deep, com quase 11 quilômetros.

Tecnologia e exploração

A tecnologia avançou e permitiu a criação de drones submersíveis, também conhecidos como ROVs (veículos aquáticos operados remotamente), que ajudam os pesquisadores a explorar as profundezas do oceano. No entanto, essa tecnologia ainda é utilizada de forma limitada.

O contraste entre o conhecimento do espaço e o do oceano é evidente. Enquanto 12 astronautas passaram um total de 300 horas na superfície lunar, apenas três pessoas exploraram o Challenger Deep por cerca de três horas, conforme dados do Woods Hole Oceanographic Institution.

Desafios da exploração oceânica

Mesmo que fosse possível suportar a pressão das profundezas oceânicas, os desafios seriam numerosos. Entre eles, a presença de animais desconhecidos, temperaturas extremamente baixas e a ausência de luz.

Além disso, a logística para explorar o fundo do mar é complexa e envolve altos custos, como o uso de submarinos especiais e tecnologias avançadas.

Viabilidade da exploração completa

Embora seja tecnicamente possível explorar todo o oceano, essa missão é extremamente complexa. Ela poderia envolver o uso de derivadores oceânicos e veículos submersíveis, tanto ocupados por humanos (HOVs) quanto operados remotamente (ROVs).

Em 2001, Walter Smith, geofísico da Agência Americana Oceânica (NOAA), estimou que o mapeamento completo poderia levar cerca de 200 anos se fosse realizado por um único navio oceanográfico.

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