O Governo Federal fez um comunicado informando que está considerando a introdução de mensalidades para estudantes economicamente favorecidos em universidades públicas. A medida, que visa impactar parte dos 1,3 milhão de alunos da rede federal de ensino superior, foi divulgada pela Folha de S.Paulo no último sábado (6).
Esta proposta faz parte de um conjunto de mais de cem medidas voltadas para eliminar o déficit nas contas públicas sem alterar o piso de despesas com educação.
Comunicado sobre cobrança de mensalidades
A proposta de cobrança de mensalidades tem gerado intensos debates entre diferentes setores da sociedade. A ideia central é que estudantes de classes sociais mais favorecidas contribuam financeiramente para o ensino superior, enquanto a gratuidade é mantida para a maioria dos alunos.
De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2022, a rede federal de ensino superior abriga mais de 1,3 milhão de estudantes. A cobrança seria direcionada a aqueles cujas famílias possuem renda considerada alta, o que poderia incluir famílias com renda mensal acima de R$9 mil.
A medida é vista por alguns especialistas como uma maneira de aumentar os recursos das universidades, que frequentemente enfrentam cortes em seus orçamentos. No entanto, há preocupações de que isso possa abrir precedentes para uma diminuição progressiva da gratuidade no ensino superior, afetando o modelo educacional brasileiro de forma significativa.
Segundo leitores do Campo Grande News, há uma divisão de opiniões: enquanto alguns apoiam a ideia, argumentando que estudantes mais ricos podem pagar por universidades particulares, outros acreditam que a cobrança em universidades públicas é equivocada.
Alterações no Fundeb e outras medidas fiscais
Além da possível cobrança de mensalidades, o governo está estudando mudanças nos parâmetros do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Uma proposta é aumentar o percentual da contribuição da União que pode ser contabilizado no piso federal da educação, atualmente limitado a 30%. Outra ideia é reduzir de 70% para 60% o percentual do fundo destinado ao pagamento dos profissionais da educação básica, incluindo trabalhadores de segurança e limpeza como beneficiários.
Essas mudanças visam proporcionar maior flexibilidade orçamentária e melhorar a eficiência dos gastos em educação. A equipe econômica do governo federal está considerando essas e outras iniciativas para reequilibrar as contas públicas, após um corte de R$25,9 bilhões.
O objetivo é implementar medidas que tragam alívio imediato para as finanças do país sem comprometer a qualidade e acessibilidade da educação pública.