Cientista tem um plano para resfriar o planeta que pode causar calamidade

David Keith, cientista e professor de Ciências Geofísicas na Universidade de Chicago, está à frente de uma das ideias mais controversas da ciência moderna: a geoengenharia solar.

Inspirado por eventos naturais, como a erupção do Monte Pinatubo em 1991, Keith acredita que a liberação intencional de dióxido de enxofre na estratosfera pode ajudar a reduzir as temperaturas globais, um esforço emergencial frente ao aquecimento causado pela queima desenfreada de combustíveis fósseis.

No entanto, essa proposta, que poderia trazer alívio temporário ao clima, também carrega riscos imensos e imprevisíveis, o que a torna objeto de intenso debate científico e ambiental.

O conceito de geoengenharia solar ganhou força nas últimas décadas à medida que as temperaturas globais atingem níveis alarmantes.

Keith e seus defensores veem essa tecnologia como uma alternativa rápida e relativamente barata para combater o aquecimento global enquanto as políticas de redução de emissões de gases do efeito estufa não avançam. O financiamento de grandes nomes, como Bill Gates, e a crescente adesão de instituições de renome, como a Universidade Harvard, indicam o interesse sério nessa abordagem.

Porém, a geoengenharia solar é vista com ceticismo por muitos cientistas e ambientalistas. Os críticos alertam que a interferência deliberada no clima pode desencadear consequências catastróficas. Como as partículas de dióxido de enxofre seriam dispersas na estratosfera, os efeitos se espalhariam globalmente, podendo alterar padrões de precipitação e exacerbar condições climáticas extremas.

Além disso, há o temor de que a aplicação dessa tecnologia possa desviar a atenção da urgente necessidade de transição para energias limpas, perpetuando a dependência dos combustíveis fósseis.

Cientista tem um plano para resfriar o planeta que pode causar calamidade
(Imagem ilustrativa: Pixabay)

Cientista revela controvérsias e Desafios Éticos

A tentativa de Keith de realizar um teste preliminar de geoengenharia solar em 2018, conhecido como Scopex, enfrentou resistência significativa. Protestos de grupos indígenas e ativistas ambientais, como Greta Thunberg, resultaram na suspensão do experimento.

A oposição a esses testes se baseia em preocupações éticas e morais, pois acredita-se que dar continuidade a esses estudos pode encorajar uma falsa sensação de segurança quanto à mitigação das mudanças climáticas.

O impacto na saúde humana também é uma preocupação central. O dióxido de enxofre, embora eficaz na reflexão da luz solar, é um poluente que pode causar irritações e problemas respiratórios quando retorna à superfície terrestre.

Keith, no entanto, minimiza esses riscos, afirmando que os benefícios superariam as desvantagens, principalmente se a tecnologia conseguir evitar milhões de mortes relacionadas ao calor extremo nas próximas décadas.

Futuro Incerto: Promessa ou Perigo?

Enquanto a discussão sobre a geoengenharia solar avança, o futuro dessa tecnologia permanece incerto. Embora figuras influentes e instituições estejam dispostas a explorar seu potencial, as vozes contrárias argumentam que os riscos são inaceitáveis.

A possibilidade de que indivíduos ou entidades usem a tecnologia para fins nefastos ou que a interrupção abrupta de um programa de resfriamento possa causar um “choque de terminação” – uma elevação súbita e devastadora das temperaturas – são cenários assustadores que precisam ser considerados.

David Keith, agora ainda mais motivado, continua a defender a pesquisa em geoengenharia solar, acreditando que esta pode ser uma solução viável para um problema que já foge ao controle. Contudo, a comunidade global deve ponderar cuidadosamente os prós e contras dessa abordagem antes de avançar em uma direção que pode, ao mesmo tempo, oferecer esperança e catástrofe.

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