As crianças com Transtorno do Espectro Autista que frequentam a Agência da Previdência Social em Poções, no Sudoeste da Bahia, agora contam com um espaço projetado especialmente para elas. A sala de acolhimento é um ambiente sensorial, abrangendo todos os sentidos humanos, e foi completamente adaptada para oferecer um atendimento humanizado aos pequenos que visitam a unidade em busca da avaliação social e perícia médica para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Alberto Sobral, gerente da Agência Poções, explica que a iniciativa surgiu da observação da rotina de atendimento e da identificação da necessidade de um tratamento diferenciado para crianças autistas. Inicialmente, a equipe do INSS improvisou com papel e canetas para desenho, mas percebeu que não atendia completamente às necessidades, então buscaram alternativas.
A solução veio com o apoio de empresários locais e profissionais da área de saúde, incluindo peritos médicos federais que atuam na própria unidade. Cada detalhe do ambiente segue orientações técnicas, desde o material do mobiliário até os brinquedos adquiridos e a cor da pintura da parede.
“A criança brinca em uma sala adaptada para autistas, mas o contrário não acontece. Por isso, tivemos esse cuidado na montagem da estrutura”, explica Sobral.
A iniciativa chamou a atenção da Câmara de Vereadores de Poções, que promoveu uma audiência pública para apresentar o projeto a outras organizações governamentais e privadas como modelo a ser seguido. O espaço, que inicia oficialmente as atividades na segunda-feira (18), teve sua expectativa ampliada por Alberto Sobral, que pretende ter uma unidade totalmente adaptada. Além da sala de acolhimento, há previsão de instalação de abafadores de ruídos e ajustes na iluminação nas salas de avaliação social e perícia médica.
O gestor destaca que a legislação brasileira prevê a adaptação de ambientes para pessoas com deficiência e autistas, mas ainda não é uma realidade para todas as organizações. Alberto Sobral ressalta a importância de transformar esses compromissos em práticas efetivas e realçou o engajamento da equipe, que receberá treinamento voluntário dos parceiros do projeto. “Estrutura sem equipe não funciona”, conclui Sobral.