Espécies de vida desconhecidas devem existir nas rochas de São Paulo

Pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e instituições parceiras anunciaram descobertas surpreendentes sobre os mares profundos do Atlântico Sul. Durante uma expedição que durou 17 dias em dezembro de 2022, a equipe encontrou grandes formações rochosas no fundo do mar de Santos, que podem abrigar comunidades marinhas ainda desconhecidas pela ciência.

A expedição foi realizada a bordo do navio Vital de Oliveira, operado pela Marinha do Brasil. O principal objetivo era testar um inovador método de coleta de dados nos oceanos do Atlântico Sul, no âmbito do projeto internacional iAtlantic. Este projeto visa à Avaliação Integrada dos Ecossistemas Marinhos do Atlântico no Espaço e no Tempo.

O que é o iAtlantic?

O projeto iAtlantic é uma iniciativa internacional que procura avaliar a saúde dos ecossistemas de águas profundas em toda a extensão do Oceano Atlântico. Utilizando um equipamento de alta resolução, os pesquisadores são capazes de mapear o leito dos oceanos e coletar dados de temperatura, sedimentos, além de imagens detalhadas dos habitats e organismos vivos abaixo dos sedimentos marinhos.

Durante a análise na costa de Santos, os pesquisadores visualizaram habitats e comunidades de animais do fundo do mar, adicionando novos elementos para sua caracterização. O pesquisador da Univali, José Angel Perez, revelou que durante a expedição foram encontradas estruturas geológicas de origem incerta, que podem abrigar comunidades biológicas desconhecidas.

A escolha da localização em Santos foi estratégica, devido ao alto impacto das atividades humanas na região. Segundo Perez, a equipe identificou marcas no fundo do mar deixadas pela pesca de arrasto. Esses dados podem ser cruciais para futuras análises sobre o efeito da pesca nos ecossistemas marinhos e para o desenvolvimento de estratégias de monitoramento.

Implicações dessas descobertas

As descobertas podem ter diversas implicações científicas e ambientais. A detecção de comunidades marinhas desconhecidas abre portas para novos estudos e descoberta de espécies. Além disso, o impacto das atividades humanas, como a pesca de arrasto, pode ser melhor entendido e mitigado através das análises futuras baseadas nesses dados. A importância de unir os conhecimentos produzidos regionalmente com as informações globais do projeto iAtlantic também foi destacada por Perez, como um passo crucial para um futuro sustentável dos oceanos.

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