História humana pode ser reescrita após descoberta chocante

Uma nova descoberta publicada na última terça-feira (6) na revista Nature Communications sugere que a menor espécie humana já identificada, o Homo floresiensis, conhecida como “hobbit” pela sua baixa estatura, pode ter evoluído de indivíduos ainda menores. Esse achado pode revolucionar nosso entendimento sobre a evolução humana e a diversidade das espécies que coexistiram conosco.

Em 2013, um fragmento de úmero adulto datado de 700 mil anos foi encontrado na ilha indonésia de Flores. Agora identificado como pertencente ao Homo floresiensis, esse pedaço de osso é o menor já registrado entre os hominídeos.

A descoberta foi realizada no sítio arqueológico Mata Menge, no lado leste da ilha, onde também foram encontrados dentes pequenos que contribuíram para essa identificação. O arqueólogo Adam Brumm, da Universidade Griffith, na Austrália, destaca que o úmero encontrado não é apenas mais curto que o de outros H. floresiensis, mas é o menor osso do braço registrado em hominídeos no mundo todo.

Os cientistas inicialmente consideraram a possibilidade de o osso pertencer a uma criança, mas uma análise detalhada revelou que se tratava de um adulto. Estudos de ósteons, estruturas microscópicas presentes na superfície dos ossos, indicaram que o indivíduo tinha aproximadamente um metro de altura, semelhante ao Homo sapiens adulto.

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Evolução dos pequenos humanos

A primeira evidência do Homo floresiensis foi descoberta em 2003, na caverna Liang Bua, no oeste de Flores. Com base no comprimento do fêmur, estimou-se que o esqueleto pertencia a um indivíduo com cerca de 1,06 m de altura, ligeiramente mais alto do que o recém-descrito espécime de Mata Menge. Esta nova descoberta apoia a hipótese de que os ancestrais do H.

floresiensis eram extremamente pequenos em tamanho corporal. Além do úmero, escavações em 2015 e 2016 revelaram dois dentes muito pequenos, um pertencente a um adulto e outro a uma criança, reforçando a ideia de que o H. floresiensis descende de uma população de Homo erectus que viveu em Java.

Segundo Brumm, a história evolutiva dos hominídeos de Flores ainda é muito desconhecida. Ele acredita que a espécie pode ter surgido quando um grupo de Homo erectus se isolou na ilha há cerca de um milhão de anos, resultando em uma drástica redução no tamanho corporal ao longo do tempo. Essa hipótese contraria a ideia de que o H. floresiensis se separou de um antecessor africano.

Implicações para a evolução humana

A descoberta dos pequenos hominídeos em Flores tem implicações profundas para a compreensão da evolução humana. A presença de uma população de hominídeos tão pequena e isolada sugere que a evolução pode ter seguido caminhos inesperados em diferentes regiões do mundo.

Embora os atuais habitantes das terras altas de Flores, conhecidos como Rampasasa, também sejam pequenos, um estudo genético de 2018 não encontrou ligação direta com o H. floresiensis.

Essa nova evidência pode levar a uma revisão significativa das teorias sobre a evolução humana e a diversidade das espécies hominídeas. A existência de hominídeos tão pequenos em Flores abre novas questões sobre as adaptações e sobrevivência de espécies humanas em ambientes insulares.

As pesquisas futuras poderão revelar ainda mais detalhes sobre a fascinante história dos “hobbits” de Flores e como eles se encaixam no complexo mosaico da evolução humana.

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