Sonho de Valsa não é mais um bombom e motivo vai te surpreender

O icônico Sonho de Valsa, um doce que conquistou gerações de brasileiros ao longo de 85 anos, não é mais classificado como bombom. Desde o ano passado, o famoso doce passou a ser vendido como wafer, uma mudança estratégica da Mondeléz, empresa dona da Lacta, que fabrica o produto. Essa decisão, além de curiosa, tem implicações significativas no regime tributário da empresa.

Sonho de Valsa
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A Estratégia por Trás da Mudança do Sonho de Valsa

A Mondeléz decidiu alterar a classificação do Sonho de Valsa para reduzir os impostos sobre o produto. Anteriormente, como bombom, o Sonho de Valsa estava sujeito ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com uma alíquota de 5%.

Com a mudança para wafer, a empresa beneficia-se de uma tributação zero, uma vez que produtos classificados como “Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos” não são sujeitos ao IPI.

Para se adequar à nova classificação, a embalagem do Sonho de Valsa foi alterada para uma versão mais selada. No entanto, a mudança é apenas externa, pois a receita do doce permanece inalterada. O Sonho de Valsa continua sendo feito com a tradicional combinação de recheio de castanha de caju, casquinha de wafer, e cobertura de chocolate meio amargo e ao leite.

Outras Empresas que Seguiram o Mesmo Caminho

A estratégia adotada pela Mondeléz não é inédita no mercado. Outras grandes marcas também já recorreram a mudanças de classificação de seus produtos para reduzir a carga tributária.

Em 2021, a Garoto mudou a categoria do bombom Serenata de Amor para wafer, utilizando a mesma justificativa tributária. Mais recentemente, o McDonald’s passou a classificar seu sorvete como bebida láctea, aproveitando-se da alíquota zero de PIS/Cofins.

Desde 2015, chocolates e sorvetes têm uma alíquota de 5% sobre o preço de venda, o que encorajou empresas a explorarem brechas no sistema tributário brasileiro para obter vantagens fiscais. A mudança de nomenclatura e categoria dos produtos permite às empresas ajustarem-se a alíquotas mais favoráveis, economizando consideravelmente em impostos.

Impacto no Consumidor

Para os consumidores, a principal diferença está apenas no nome e na embalagem do produto. A qualidade e o sabor do Sonho de Valsa permanecem os mesmos, preservando a receita original que encantou o público por décadas.

A mudança também levanta questões sobre as complexidades e as brechas do sistema tributário brasileiro, evidenciando como as empresas adaptam suas estratégias para reduzir custos e aumentar a competitividade.

Enquanto isso, os fãs do Sonho de Valsa podem continuar desfrutando do doce sem preocupações, sabendo que a essência do produto não mudou. A decisão da Mondeléz reflete uma tendência no mercado, onde a classificação dos produtos pode ser tão estratégica quanto o próprio marketing, influenciando diretamente nos preços e na acessibilidade dos produtos para os consumidores finais.

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